sábado, 27 de julho de 2013

Site gratuito ajuda professor a encontrar substituto

Os problemas que envolvem o absenteísmo dos professores são inúmeros, indo dos mais complexos (como o estresse e más condições de trabalho) aos mais comuns (licença-maternidade, consultas médicas etc.). O que não acompanha essa ausência, na maioria dos casos, é a substituição.
Sentindo na pele as dificuldades em encontrar substitutos, um grupo de educadores da rede pública do Mato Grosso do Sul decidiu criar uma plataforma gratuita para facilitar a comunicação entre profissionais de educação. O Pega Aula, lançado há um mês, funciona com um banco de dados onde professores ou escolas podem encontrar educadores temporários. Além de permitir que universidades e outras instituições de ensino pesquisem profissionais para possíveis contratações.
"O portal surgiu como um ambiente de contato entre docentes para suprir necessidades educativas. Faltam professores em muitas disciplinas, como química e física, mas no Brasil há dois milhões de docentes, que, em muitos casos, estão desempregados pela falta de meio de uma comunicação que os unam", afirma o pedagogo Adalberto Santos, professor das redes municipal e estadual de educação em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e cofundador da Pega Aula.
De acordo com Santos, a iniciativa surgiu, inicialmente, com a ideia de que professores pudessem trocar informações entre si para encontrar substitutos de maneira mais ágil, suprindo a lacuna de iniciativas nesse sentido. "Os únicos locais onde os docentes temporários podem se cadastrar são nas secretárias estaduais e municipais, que são bancos fechados, sem qualquer tipo de divulgação", diz No Pega Aula, as instituições também podem usufruir dos serviços da plataforma, que permite buscar os profissionais cadastrados a partir de filtros específicos: por região ou disciplinas. Na outra ponta, os docentes recebem vagas compatíveis conforme demandas de escolas, universidades ou cursinhos. Enquanto isso, os alunos que desejam aulas particulares de determinada disciplina também podem buscar por professores e os contratar diretamente.  "Temos diversos portais que oferecem vagas em todas as áreas e normalmente para contratos fixos. Ao contrário da nossa proposta, que é servir como uma plataforma educativa também para os contratos temporários", afirma Santos.
Segundo levantamento realizado pelo jornal Folha de S. Paulo, em 2012, apenas no estado de São Paulo, uma em cada três escolas estaduais enfrenta a falta de professores. Das 1.072 escolas, 343 têm vagas abertas, o que configura a falta de professores em 32% das escolas.
Ainda no estado mais populoso do país, também no ano passado, cada um dos 230 mil professores apenas da rede estadual faltou, em média, 21 dias de aulas usando a licença-média, conforme reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Somando aos seis dias extras, que são abonados e que têm direito os educadores, essa abstenção chega a 27 dias no ano – o que representa mais de 10% das 200 aulas do ano letivo que exige a lei. "Sem professores, a escola sofre com desafios na grade, com implicações na carga horária normal e, principalmente, com os prejuízos para o aluno, que tem de estudar no fim do ano, no fim de semana ou até mesmo não estudar", diz Santos.
O Pega Aula já conta com mais de cinco mil usuários cadastrados, de acordo com Santos, que espera uma adesão em maior escala nos próximos meses. "Por enquanto, o acesso tem sido algo orgânico. Estamos planejamento, com a volta às aulas, realizar campanhas, nas redes sociais e em outros meios de comunicação, para atrair mais professores", afirma ele, que estima que a gratuidade do acesso à plataforma ocorra até o ano que vem, quando a cobrança pelo uso da plataforma passará a ser de, no máximo, R$ 4,90 mensais, para os custos com a manutenção do portal.
 
Fonte: Uol

sexta-feira, 26 de julho de 2013

SISTEMA PRODUTIVO PARA O SEMIÁRIDO - ARTIGO DE PAULO SOUTO

PUBLICADO NO JORNAL A TARDE
 
Jornal A Tarde

 


 No artigo anterior, procurei demonstrar que esta última seca está mostrando dramaticamente a necessidade de um planejamento que contemple soluções para o abastecimento humano em muitas regiões nordestinas, pois populações urbanas também foram atingidas por racionamentos que afetaram fortemente a qualidade de vida de milhões de pessoas, evidenciando o risco a que estão submetidas.
Para estados nordestinos, principalmente a Bahia, pela extensão do semiárido e pelo grande contingente populacional na área rural, não se pode pensar apenas no abastecimento humano. Mas também num sistema produtivo compatível com o ecossistema regional, que propicie uma renda capaz de dar dignidade aos que pretendem permanecer nas suas regiões, sem precisarem ser expulsos de lá pelas dificuldades de sobrevivência.
E o fundamento para políticas com esse objetivo é o pressuposto que isso é perfeitamente possível, afastando teorias excêntricas da inviabilidade dessas regiões. Em muitos países, pequenas populações rurais são objeto de preocupação governamental, até mesmo para preservação de uma importante identidade cultural, que inclui os seus produtos.
Pensando na produção agropecuária é evidente que esse sistema não poderá ser intensivo em água. Daí porque a irrigação, que é uma ótima alternativa, não pode ser uma solução muito abrangente, funcionando as áreas irrigadas como importantes núcleos de irradiação da atividade econômica.
É necessário, sim, que haja a disponibilidade de água com altos níveis de segurança em cada propriedade rural, suficiente para atender às necessidades das famílias, mas também para dar confiabilidade ao sistema produtivo considerável viável para cada região. Isso é ponto de partida para qualquer iniciativa que se disponha a tratar com seriedade a convivência dos nordestinos com as adversidades do clima.  
Os programas de agricultura familiar até que têm sido generosos com o crédito e com as compras governamentais. Mas falham porque não consideram adequadamente a infraestrutura da propriedade. Principalmente ,o suprimento confiável de água durante todo o ano, inclusive a destinada ao sistema produtivo. Pode haver dinheiro para comprar a produção, mas não há produção a ser comprada.
Esse sistema terá que necessariamente ser pouco intensivo em água e, por isso mesmo, a pecuária, principalmente a caprinocultura, sempre desponta como uma solução adequada. Mas não pode se limitar aos programas que simplesmente contemplam a doação dos animais, produzidos precariamente ou que sucumbem a cada estiagem, justamente pela falta de infraestrutura produtiva: água e alimentação para o rebanho.
É preciso conhecer as necessidades de água ao nível de cada propriedade para a definição do seu suprimento, usando as diversas soluções existentes, ao lado de assistência técnica que oriente sobre os modelos adequados de produção de alimentos para o rebanho, que hoje já são dominados por tecnologias muito eficientes. Além, é claro, das questões genéticas e dos cuidados com a sanidade.
Da mesma forma que se conseguiu cadastrar milhões de famílias para identificar sua deficiência de renda no Bolsa Família, precisamos conhecer as necessidades das famílias da zona rural do semi-árido para que possam  viver e produzir para ter uma vida digna.
Já existem inúmeras soluções para o sistema produtivo, inclusive as que contemplam atividades diversificadas que permitem produção para todo o ano e já associadas a uma fase agroindustrial pela associação dos produtores. O essencial é que haja programas de longa duração e recursos assegurados para implantar essas soluções.
Na agricultura ao lado de culturas já conhecidas pela sua adaptação ao clima do semiárido, estão avançando rapidamente as pesquisas para a produção de variedades resistentes. O que é certo é que não existem razões intransponíveis para tornar o semiárido uma região capaz de proporcionar aos seus habitantes um padrão de vida que lhe permita realizar o seu ideal de permanecer integrado às suas raízes.  
 
Artigo de Paulo Souto

Ex senador da república  e governador da Bahia .
Foto : Facebook Paulo Souto

 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Reunião debate medidas para que estudantes desocupem universidade no Rio

Da Agência Brasil
 
 
 
Rio de Janeiro – Há uma semana no prédio da reitoria da Universidade Gama Filho (UGF), no bairro da Piedade, zona norte do Rio, universitários e uma comitiva de entidades públicas fizeram hoje (22) uma reunião para definir a retomada do calendário acadêmico. O protesto começou no dia 15 de julho e pede uma solução para os problemas financeiros da universidade, como a falta de pagamento dos professores.
Os alunos reivindicam também a transparência do setor financeiro, a consolidação de um compromisso oficial entre os docentes e funcionários do setor administrativo, um canal de comunicação direto com a mantenedora da Universidade Gama Filho (a Galileo Educacional), aumento de segurança no campus e arredores e a garantia de que nenhum dos alunos envolvidos no protesto sofrerá qualquer tipo de retaliação.
A presidenta da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), informou que já foi feita uma reunião com a Galileo Educacional para obter resposta sobre a falta de recursos. “A Galileo não cumpre suas funções legais. Não paga professores, funcionários, nem funcionários da limpeza. Eles [os alunos] correm o risco de perder o ano letivo então ocuparam a reitoria como forma de protesto. Na última reunião com a Galileo, perguntamos se eles tinham dinheiro. Eles responderam que tinham dinheiro em caixa para gerir a faculdade”, explicou a deputada.
Segundo ela, a Galileo Educacional corre o risco de não ser mais a mantenedora de serviços da Universidade Gama Filho. “Ou a instituição cumpre o seu papel, ou o Ministério da Educação tem de intervir. Há medidas radicais a serem tomadas, como a mudança de gestores da universidade.”
O secretário-geral do Centro Acadêmico de Medicina Albert Sabin, da universidade, Rafael Collado, disse que os universitários só deixarão o prédio depois que as reivindicações forem atendidas. “A expectativa [da reunião] é que a gente saia com um novo calendário de lutas. Esperamos, também, que nossas propostas comecem a ser atendidas hoje. Estamos aqui há uma semana. Nesse final de semana, 50 pessoas ficaram aqui com a gente no prédio da reitoria. Só sairemos daqui quando nossas propostas forem atendidas.”
Representantes do Ministério Público, da União Estadual de Estudantes, do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, da Ordem de Advogados do Brasil e da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados participaram do encontro.
Até o fechamento da matéria, a Galileo Educacional e a Universidade Gama Filho não responderam ao contato da Agência Brasil sobre o assunto.
 
Edição: Talita Cavalcante
 
 
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domingo, 21 de julho de 2013

Unicamp critica 'Mais Médicos' e se opõe a curso de medicina com 8 anos

Faculdade de Ciências Médicas divulgou carta sobre o programa federal. Governo pretende contratar 10 mil profissionais e criar vagas em faculdades.

A Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp divulgou carta aberta na qual critica a “forma autoritária e precipitada” que o governo federal conduz o programa “Mais Médicos”, e informou se opor à elevação da carga horária dos cursos de medicina da rede pública e privada do país de 6 para 8 anos de duração. A mudança anunciada pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, obriga o aluno a atuar dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS).
O programa “Mais Médicos" pretende de aumentar o número de médicos atuantes na rede pública de saúde em regiões com déficit de profissionais, e permite a vinda estrangeiros ou de brasileiros que se formaram no exterior sem a necessidade de revalidação do diploma. O governo prevê criar 10 mil postos de trabalho com a medida, além de 11.447 vagas em faculdades de medicina até 2017.
Carta aberta

Na carta, divulgada nesta sexta-feira (19), a FCM afirma reconhecer que houve um crescimento maior dos serviços de saúde do SUS e da área privada do que a formação de médicos e diz aprovar a proposta de expansão de 10 mil vagas para a residência médica, “priorizando-se as áreas de especialidades mais necessárias ao SUS”. Além disso, a faculdade entende que a criação de até 4 mil vagas do curso de medicina em instituições públicas e privadas, por ano, seria suficiente.

Segundo a assessoria da Unicamp, a reunião de elaboração da carta foi conduzida pelo diretor da FCM, Mario José Abdalla Saad, com a presença do secretário de Saúde de Campinas e professor da FCM, Cármino de Souza, do pró-reitor de graduação da universidade, Luis Alberto Magna, entre outros.
O texto elaborado pelos representantes da FCM também critica a elevação da carga horária do curso de medicina e defende reforma curricular conforme diretrizes definidas pela Associação Brasileira de Ensino Médicas (Abem). Além disso, a Unicamp se diz favorável à criação de um ano inicial de residência para todas as áreas e especialidades médicas na Rede Básica de Saúde, “com supervisão de professores e à distância”. (Leia a carta na íntegra, em formato PDF).

“Mais Médicos” em Campinas

 O prefeito Jonas Donizette (PSB), anunciou nesta sexta-feira a participação da cidade no programa mais médicos. Segundo a assessoria da administração municipal, Campinas não havia sido inserida na primeira etapa do programa porque não preenchia determinados critérios de vulnerabilidade. De acordo com a Secretaria de Saúde, o próximo passo é avaliar quais as unidades podem ser receber profissionais do programa federal.
Entre as cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC), foram selecionados prioritariamente os municípios de Cosmópolis, Hortolândia, Indaiatuba, Jaguariúna, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara d’Oeste, Sumaré, Valinhos e Vinhedo. As prefeituras poderão se inscrever até o dia 25 de julho caso tenham interesse em receber os médicos do programa.


FONTE :G1

sábado, 20 de julho de 2013

Conheça sua verdadeira posição político ideológica no teste do Diagrama de Nolan

O Diagrama de Nolan ou Gráfico de Nolan é um diagrama político popularizado pelo libertário norte-americano David Nolan [1].
Ele o criou para ilustrar a alegação de que o libertarianismo defende tanto as liberdades econômicas quanto as liberdades individuais, num contraste visual tanto com a esquerda quanto com a direita. De acordo com Nolan, a esquerda defende apenas as liberdades individuais, enquanto a direita conservadora defende apenas as liberdades econômicas [2].
Diferentemente da separação tradicional esquerda/direita e outras taxonomias políticas, o Diagrama de Nolan na sua forma original tem duas dimensões, com um eixo X horizontal chamado de "liberdade econômica" e um eixo Y vertical chamado "liberdade individual". Ele lembra um quadrado dividido em quatro quadrantes, com cada amostra da população atribuída a um dos quadrantes. Algumas versões apresentam um quinto quadrante central, em forma de losango, para indicar uma posição centrista.

Faça o teste e descubra sua posição político ideológica, respondendo a série de perguntas. Clique no link abaixo:

http://www.diagramadenolan.com.br/questionario?locale=pt

Entidades públicas e privadas pedem reforma do ensino médio

Brasília - Entidades representantes do ensino público e do privado encaminharam ao Ministério da Educação (MEC) documentos que pedem uma reformulação do ensino médio. O assunto é debatido desde o ano passado tanto no próprio MEC quanto no Congresso Nacional, mas ainda sem resoluções concretas.

“Nos últimos anos houve evoluções na etapa, mas ainda é preciso avançar muito. A evasão e a distorção idade-série são alguns dos fatores”, diz o vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e secretário de Educação do Espírito Santo, Klinger Marcos Barbosa Alves.

O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) encaminhou ao MEC documento elaborado na última reunião ordinária do conselho. O documento propõe a criação de um programa com financiamento específico para o ensino médio, que reserve recursos para ações voltadas a melhorias em infraestrutura, capacitação e incentivo para professores e equipes gestoras, mobilidade de alunos e estudantes, apoio ao estudante (transporte, alimentação, material escolar e bolsas de manutenção) e apoio ao desenvolvimento de novas metodologias e materiais pedagógicos.

Entre as particulares, a discussão envolve a finalidade da etapa. “Para que serve o ensino médio? É só um rito de passagem? Acho que não. A etapa deve dar liberdade para que tanto os alunos que queiram seguir uma carreira acadêmica quanto técnica possam se desenvolver e fazer isso ainda na escola”, diz a presidenta da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios.

A Fenep definiu princípios que podem nortear um “novo ensino médio inovador”. Entre os pontos, a possibilidade de que cada escola defina a proposta pedagógica e a parte diversificada do currículo, cabendo ao MEC apenas o currículo básico mínimo; a regulamentação da carga horária do professor, para que possa trabalhar em período integral na mesma escola; e, a ampliação da carga horária e do currículo do ensino médio, para que o estudante possa optar pela formação acadêmica ou técnica no último ano dessa etapa de ensino.

O MEC - em conjunto com os secretários de educação - estuda ações para melhorar a etapa. De acordo com a pasta, não há previsão para o fim dos trabalhos. Na Câmara dos Deputados, a Comissão Especial de Reformulação do Ensino Médio foi formada para promover estudos e proposições para a reformulação da etapa. Atualmente, a comissão faz seminários nos estados e no Distrito Federal para ter subsídios para o relatório final - a comissão será extinta no fim da legislatura, o que acontece no final de 2014, mesmo que não tenha apresentado o relatório final. Mas pode ser reaberta na próxima legislatura.

O ensino médio tem sido alvo de preocupação do ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Em maio, ele disse que a pasta pretende lançar um programa para aprimorar a etapa.

De acordo com o Censo Escolar de 2012, a maioria das matrículas do ensino médio está na rede estadual de ensino (84,9%). As escolas privadas ficam com 12,7% das matrículas, as escolas federais com 1,5% e as municipais com 0,9%. Em 2012, 8.376.852 alunos estavam regularmente e 1.345.864 cursavam o ensino médio pelo Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Em 2011, 79,4% dos jovens de 15 a 17 anos estavam no ensino médio, segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados de 2012, divulgados pelo MEC no mês passado mostram que, dos estudantes matriculados no ensino médio, 31,1% têm idade acima do esperado para a série que cursam.

Edição: José Romildo Portal EBC